terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ser e não ser - eis a solução.


Não sou somente corpo,
Tampouco, apenas alma.
Eu sou um policarpo,
Frutifico fúria e calma.
Eu sinto com a cabeça
E penso com o coração.
Sanidade com cachaça,
Loucura com razão.

Não sou de todo bem
Nem sou de todo mal.
O que, a mim, convém
Contempla o plural.
Eu sou boa vontade
Com um toque de desdém.
Sou tudo pela metade
Mas, tudo em mim contém.

Só eu não sou ninguém,
Pois, enquanto ser global,
Sou só mais um e eu sou quem
Complementa o total.
Sou o que não entendo
E também o que agrego.
Eu sou o que defendo
Tanto quanto o que nego.

Sou como você me enxerga
E o que não pode ver
E ainda me integra
O que eu não posso ser.
Também sou o que sonho,
Pois, no sonho sobressalta
Aquilo do que não disponho.
Também é real o que me falta.

Eu sou o indefinível
Com códigos de barras.
Sou o crível e o incrível,
Sou formiga e sou cigarra.
Eu sou tudo o que sim
E sou tudo o que não.
Eis, então, que para mim
Ser e não ser é a solução.










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