segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Viver cansa


Todo mundo...

Tem que entender de política:
Leonel, Fidel, Maquiavel
(é uma postura muito crítica!).
Tem que cumprir o expediente:
muito trabalha e nunca falha
(profissional experiente!).

Pra ser um cara mais legal:
reciclar o lixo, defender o bicho
(isso é consciência ambiental!).
Tem que cuidar de la salud:
fitness, hipness, shitness
(diga bye bye ao fast-food!).

Todo mundo tem, todo mundo tem,
tem que pular no carnaval.
Todo mundo tem, todo mundo tem
que ficar zen lá no Nepal.

Everybody needs...
.
Ser cordial com o vizinho
(por mais que te custe...),
Usar o tal do sal marinho.
(hã?)
Se é pra comer chocolate,
melhor que seja o meio amargo.
(não...)
Troque o café pelo mate.
Tem que gostar de Saramago
(aí sim!)

Tem que entender que todo mundo é um pouco gay.
Tem que entender que no Brasil, Pelé é rei.

Todo mundo tem, todo mundo tem
tem que pular no carnaval.
Todo mundo tem, todo mundo tem
que ficar zen lá no Nepal.

sábado, 17 de dezembro de 2011

What's the crisis?


Às vezes, até penso que pode dar certo,
Mas, algo acontece e fico só no quase
Que quase me arrependo de chegar tão perto
E se tento outro tanto... Oooh, que crisis!

A caminho


Seguindo o meu caminho, tão sozinho
Pra chegar mais perto do seu portão,
Estudo a sua estrada e transformo
Cada curva em canção.
Na alta madrugada inspirada
Te conheço só por suposições.
Paisagens da viagem bem às margens
De onde nascem as paixões.

É desse jeito que a gente se vira,
Sempre transformando qualquer pedra 
Em quase ouro.
E se a distância é imperativa,
A gente se contenta com os sonhos
Um do outro

Com a cara e com a coragem,
Um curioso sem bagagem querendo conhecer
Seus campos coloridos onde os deuses,
Certamente, devem amanhecer.
Me perco em teus atalhos, nos teus becos, nas quebradas
Em batalhas, louco por desvendar
As passagens secretas que revelam as concretas
Fantasias que eu vivo a criar.

E quando já completo esse trajeto tão repleto
Da mais bela ilusão,
Me espere na janela com umas flores amarelas,
Seja feita sua revelação.
E mesmo que eu chegue atrasado e faminto ou cansado
Sou turista louco a te descobrir.
Basta que dispense os empregados, faça assim um bom assado
E venha ser o meu souvenir.

É desse jeito que a gente se vira,
Sempre transformando qualquer pedra 
Em quase ouro.
E se a distância é imperativa
A gente se contenta com os sonhos
Um do outro.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

À senhora solidão

Há tempos que vives comigo,
Fui tão seu amigo, te dei o meu lar.
Arrumei o seu lado da cama,
Coisa de quem ama querendo agradar.

Você sempre foi tão sincera,
Sabia que era só pra improvisar.
Tão logo lhe fosse possível,
Era tão previsível! Ias me deixar.

Notei os sinais da partida,
São coisas da vida, esse vai-e-vem.
Ficamos com boas memórias,
Isso são histórias, hoje eu tenho alguém!

Ó, senhora solidão,
Companheira que não há,
Sempre ali de prontidão.
Vá sem pressa de voltar.


domingo, 16 de janeiro de 2011

Resumo do dia


Barulho, luz, mais cinco minutos.
Tá cedo, eu penso que é tão injusto!
Pra sair da cama o sono atrapalha:
Espelho, chuveiro, água quente, toalha.
Pão com manteiga e leite com café
Cachorro, vasilha, ração, cafuné.

Carteira, casaco, chaveiro, uma uva,
Buzinas, pessoas, frio e guarda-chuva.
Ainda dormindo, embora de pé.
Pra enfrentar o dia tem que ter muita fé!

Vai, vai lá!
Vai, vai lá!

Trabalho, caralho, que coisa mais chata!
Quando o chefe manda a gente acata.
A cabeça ta cheia, a barriga vazia:
Parede, relógio, vai dar meio dia.
Segura a onda ou pede o boné?
Arroz, ovo frito, salada, filé.

Email, Xerox, agenda, contrato,
Papel e caneta, um porta-retrato.
Treinando um convite pra dar um rolé
Que essa secretária é uma bela mulher!

Vai, vai lá!
Vai, vai lá!

Maleta, roleta, fim do expediente,
É a hora do dia que eu fico contente.
De volta pra casa é longo o caminho:
Garagem, batata, uma taça de vinho.
Preguiça, TV, seguindo a maré
Sofá, almofada, brigadeiro, colher.

Meias, escova, um livro, pijama,
Lençol, travesseiro, coberta e cama.
No final do dia sou grato, até
Assim é a vida, do jeito que é.

Vai, vai lá!
Vai, vai lá!


Ciranda para a menina do mar


Ó, menina que passa por mim
Onde vai tão bonita assim?

Seu chamego acalma as ondas
E coloca em ronda
Cada um que olhar.
Seu chamego chama o sol pro dia
Que com alegria
Vem te iluminar.
Me provoca um desassossego
Esse seu chamego,
Me dá o seu dengo,
Menina do mar.
Já que a noite é uma criança,
Me chama pra dança,
Roda e balança,
Nesse cirandar.

Ó, menina que passa por mim
Onde vai tão bonita assim?

Seu gingado é o que gira o mundo,
Inspira o profundo
Poema de amor.
Seu gingado é o que traz a sorte,
Indica o norte,
É o mote do cantor.
Me deixa desequilibrado
Esse seu gingado.
Me dá o seu lado,
Me faça o favor:
Venha logo rodar essa saia
Cair na gandaia
Que a ciranda na praia
Gira em seu louvor.

Ó, menina que passa por mim
Onde vai tão bonita assim?


Instinto


Mas que moço bonito!
Quando passa me enlaça.
Me desperta o instinto:
Bicho que vai à caça.

Olhos bem abertos,
Faro muito atento.
Se o bote é incerto,
Aguardo um momento.

Mas que moço bonito!
Quando passa me enrosca.
Me desperta o instinto:
Bicho que sai da toca.

Me pinto e desenho,
Jogo de sedução
E, apesar do empenho,
Não me dás atenção.

Mas que moço bonito!
Passa me ignorando.
Me desperta o instinto:
Bicho fora do bando.

Procuro carinho
Em outro coração,
Mas, ave que cai do ninho
Nunca mais sai do chão.


No nosso lar (ou Ô, lá em casa!)


Na porta da sala é que o mundo se cala
Os móveis já dizem que vai ter luar
O vento balança  e convida pra dança
Cortinas que querem nos denunciar

Um restinho de vinho lá na geladeira
Esquenta o clima durante o jantar
Pimenta de cheiro, comida mineira
Se quer sobremesa, vem me degustar.

Pelo corredor me oferece seu colo
Y yo quiero solo gañar tu amor
Não sei se é dos vasos ou benção dos anjos
Mas a casa inteira tem cheiro de flor.

Dentro do nosso quarto, até ficar farto
A gente explode com tanto calor
Eu fico tentando entender como pode
Um lar tão sagrado, lar de pecador.


Pra se ter felicidade



Pra se ter felicidade
Tem que saber viajar
Mesmo estando o corpo inerte
Deixa a mente flutuar.
Vai buscar a alegria
Escondida em algum lugar
Veste toda a fantasia
Que o coração desejar.

Pra se ter felicidade
Não basta só viajar
Tem que ter sabedoria
Perceber quando voltar.
Batalhar o dia-a-dia
Lutar, amar, trabalhar
Encarar a correria
Aprender a se virar.

Pra se ter felicidade
Também é preciso encontrar
Um amor, um aconchego
Um motivo pra sonhar.
Desfrutar todo desejo
Faz o corpo saciar
Te repousa em outro colo
E aproveita o descansar.