sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Tia é a mãe.


Não basta todo o desconforto
De passar dos trinta
E os cabelos brancos
Debaixo da tinta
Que se mutiplicam
Para meu pesar.
Eu sinto é muita pena
Desse meu espelho
Que tá ficando velho
E cada vez que eu olho
Tem uma ruga nova
Em algum lugar.

E como não fosse o bastante
Ainda estar solteira
E cheia de olheiras
Bem na sexta-feira
É impressionante
Sempre tem alguém
Que pode piorar.
Então, no meio do mercado
Ou na galeria,
Da noite pro dia
Você vira tia,
Dá pra acreditar?

Vê se eu tenho sobrinho
Assim desse tamanho?
Isso já tá estranho
Ouça bem, garoto,
O que eu vou te falar:
Eu junto mais de dez mil cães,
Soldados alemães,
Os grandes capitães
E o meu primo Baltazar.
Então, você vai aprender,
Eu sei, você vai entender
Que tia é a mãe
E nunca mais você vai me chamar.